quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

                                                                Por Eduardo Gois
Quem diria que um país que já foi considerado 3º mundo chegaria a ser a 8º potência mundial. Somos os primeiros no mundo na produção de carne bovina, um dos maiores produtores de soja, frango, carne suína, somos um dos maiores em extensão territorial, a maior população da América Latina, o melhor sistema bancário do mundo, também não há lugar onde o sistema eleitoral tenha apurações tão rápidas.
Nunca se vendeu tantos carros, tantos televisores LCD, computadores, notebooks, móveis, eletrodomésticos. Trinta milhões saíram da miséria, a classe C tem o maior poder de compra no varejo, o cinema nacional, pela primeira vez, bateu recordes de faturamento. Tantos índices fazem parecer que estamos muito bem. Evidente que sim, estamos bem melhores, mas esquecemos de um detalhe muito relevante: caímos para 73º posição no IDH – Índice de Desenvolvimento Humano medido entre 169 países, estamos de mãos dadas com o Zimbábue, país Africano.
Podemos medir tal resultado pela educação. Somos 191 milhões de brasileiros dos quais 14 milhões não sabem ler nem escrever e dos que sabem boa parte é formada por analfabetos funcionais, que não interpretam a leitura.
Em 2014 teremos a copa do mundo de futebol, em 2016 as olimpíadas, porém existem pouco mais de 400 mil engenheiros para erguer centenas de construções. O Curso de engenharia civil em 4 anos caiu das primeiras para a 16º posição dos mais concorridos. Falta mão de obra qualificada para erguer os estádios, também na construção civil faltam os pedreiros, que são essenciais no processo. A população jovem, no geral, simplesmente não quer seguir a profissão. Talvez faltem medidas e políticas de incentivo e valorização da profissão, ou talvez falte uma educação adequada para formar novos engenheiros, e porque não médicos, professores, cientistas.
Um outro ponto preocupante são as escolas públicas que não reprovam os alunos, é a famosa “formação progressiva”, só não sabemos como pode haver progresso diante de tal situação.
 O Brasil corre um sério risco de pecar por omissão se não for tomada alguma atitude e se a bandeira da educação não for levantada como prioridade. Podemos despencar do último degrau da escada.
Queremos deixar perguntas: Será mesmo que vale a pena ter tanta prosperidade em um país que não prima por conhecimento?
Onde está um ensino de base que estimule um aprendizado reflexivo, investigativo e crítico desde os primeiros anos escolares?
De que adianta termos uma tevê LCD na parede, um carro 0 km na garagem ou ter dinheiro para assinar os principais periódicos se não soubermos o que fazer com eles?
 De quem é a culpa?

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