sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Marchas carnavalescas


TOURADAS EM MADRI (Braguinha-Alberto Ribeiro, 1937)

Eu fui às touradas em Madri
E quase não volto mais aqui
Pra ver Peri beijar Ceci
Eu conheci uma espanhola natural da Catalunha Queria que eu tocasse castanhola e pegasse touro à unha
Caramba caracoles sou do samba não me amolesPor Brasil eu vou fugir
Isto é conversa mole para boi dormir


VAI COM JEITO
(Braguinha, 1956)

Vai com jeito vai
Se não um dia a casa cai (menina)
Se alguém te convidar
Pra tomar banho em Paquetá
Pra piquenique na Barra da Tijuca
Ou pra fazer um programa no Joá
Menina...

VACA AMARELA
(Lamartine Babo/Carlos Netto, 1938)

A vaca amarela pulou a janela
Mexeu, tanto mexeu
Que até quebrou a tal tigela
A minha casa tem quintal pro morro
Com um bangalô que eu fiz pro meu cachorro
Do lado esquerdo tem uma cancela
Toda escangalhada pela tal vaca amarela Dizem que a vaca veio da montanha
Veio de Minas, lá do Mar de Espanha
Vaca espanhola natural de Minas Que na Catalunha cata boi com serpentina
VÍRGULA
(Alberto Ribeiro-Erastótenes Frazão)
Teu amor é fatal - vírgula
Qual mulher sensacional - ponto e vírgula Queres dar teu coração - interrogação
Que pecado original - exclamação
Teu amor é fatal - vírgula
Qual mulher sensacional - ponto e vírgula Queres dar teu coração mas comigo não Ponto final
Teu amor entre aspas
Já consegui descrever
Reticências reticências
Agora adivinhe o que eu quero dizer


YES, NÓS TEMOS BANANAS
(Braguinha-Alberto Ribeiro, 1937)

Yes, nós temos bananas
Bananas pra dar e vender
Banana menina tem vitamina
Banana engorda e faz crescer

Vai para a França o café, pois é
Para o Japão o algodão, pois não
Pro mundo inteiro, homem ou mulher
Bananas para quem quiser

Mate para o Paraguai
Ouro do bolso da gente não sai
Somos da crise, se ela vier
Bananas para quem quiser
ABRE ALAS
(Chiquinha Gonzaga, 1899)

Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar
Eu sou da lira não posso negar

Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar




ALLAH-LÁ-Ô
(Haroldo Lobo-Nássara, 1940)

Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara
Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! allah! allah, meu bom allah!
Mande água pra ioiô
Mande água pra iaiá
Allah! meu bom allah
APAGA A VELA
(Braguinha, 1941)

Bela, bela
Já não posso resistir
Apaga a vela, ó bela
Apaga que eu quero dormir

Apaga também os teus olhos
Teus olhos enormes de brilho azulado
Não passes a noite falando
Que eu ando com o sonho atrasado

BALANCÊ
(Braguinha-Alberto Ribeiro, 1936)

Ô balancê balancê
Quero dançar com você
Entra na roda morena pra ver
Ô balancê balancê

Quando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê balancê

Você foi minha cartilha
Você foi meu ABC
E por isso eu sou a maior maravilha
No balancê balancê

Eu levo a vida pensando
Pensando só em você
E o tempo passa e eu vou me acabando
No balancê balancê

AURORA
(Mário Lago-Roberto Roberti, 1940)
Se você fosse sincera
Ô ô ô ô Aurora
Veja só que bom que era
Ô ô ô ô Aurora

Um lindo apartamento
Com porteiro e elevador
E ar refrigerado
Para os dias de calor
Madame antes do nome
Você teria agora
Ô ô ô ô Aurora







BANDEIRA BRANCA
(Max Nunes-Laércio Alves, 1969)

Bandeira branca amor
Não posso mais
Pela saudade que me invade
Eu peço paz

Saudade mal de amor de amor
saudade dor que dói demais
Vem meu amor
Bandeira branca eu peço paz


CABELEIRA DO ZEZÉ
(João Roberto Kelly-Roberto Faissal, 1963)

Olha a cabeleira do zezé
Será que ele é
Será que ele é

Será que ele é bossa nova
Será que ele é maomé
Parece que é transviado
Mas isso eu não sei se ele é

Corta o cabelo dele!
Corta o cabelo dele!

CIDADE MARAVILHOSA
(André Filho, 1934)

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Berço do samba e das lindas canções
Que vivem n'alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente

Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz

CACHAÇA
(Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953)

Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor
Há, há, há, há!
Isto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça







ÍNDIO QUER APITO
(Haroldo Lobo-Milton de Oliveira, 1960)

Ê ê ê ê ê índio quer apito
Se não der pau vai comer

Lá no bananal mulher de branco
Levou pra pra índio colar esquisito
Índio viu presente mais bonito
Eu não quer colar
Índio quer apito



IAIÁ BONECA
(Ari Barroso-1940)

Depois da jardineira que chorando sumiu
Num dia do outro carnaval
Depois da tirolesa que cantando fugiu
Deixando todo mundo mal
Chegou a vez de dominar
Imperar como rainha de encantos sem par
Iaiá Boneca a brasileirinha emoção
Dona do meu coração
Ai ai como é bonita
Ai ai como é formosa
Ai ai Iaiá boneca é um botão de rosa
Iaiá me dá uma esmolinha
Dos beijos teus pelo amor de deus
Iaiá me dá uma esmolinha
Dos beijos teus pelo amor de Deus
A JARDINEIRA
(Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938)

Ó jardineira porque estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira vem meu amor
Não fiques triste que este mundo é todo seu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu


MARCHA DO REMADOR
(Antônio Almeida - 1969)
Se a canoa não virar olê olê olá
Eu chego lá
Rema rema rema remador
Quero ver depressa o meu amor
Se eu chegar depois do sol raiar
Ela bota outro em meu lugar

ME DÁ UM DINHEIRO AÍ
(Ivan Ferreira-Homero Ferreira-Glauco Ferreira, 1959)
Ei, você aí!
Me dá um dinheiro aí!
Me dá um dinheiro aí!
Não vai dar?
Não vai dar não?
Você vai ver a grande confusão
Que eu vou fazer bebendo até cair
Me dá me dá me dá, ô!
Me dá um dinheiro aí!

SACA-ROLHA
(Zé da Zilda-Zilda do Zé-Waldir Machado, 1953)
As águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca saca saca rolha
E bebo até me afogar
Deixa as águas rolar
Se a polícia por isso me prender
Mas na última hora me soltar
Eu pego o saca saca saca rolha
Ninguém me agarra ninguém me agarra



SASSARICANDO
(Luiz Antônio, Zé Mário e Oldemar Magalhães, 1951)

Sassassaricando
Todo mundo leva a vida no arame
Sassassaricando
A viúva o brotinho e a madame
O velho na porta da Colombo
É um assombro
Sassaricando

Quem não tem seu sassarico
Sassarica mesmo só
Porque sem sassaricar
Essa vida é um nó

TA-HÍ!
(Joubert de Carvalho, 1930)

Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ai meu bem não faz assim comigo não
Você tem você tem que me dar seu coração

Meu amor não posso esquecer
Se dá alegria faz também sofrer
A minha vida foi sempre assim
Só chorando as mágoas que não têm fim

Essa história de gostar de alguém
Já é mania que as pessoas têm
Se me ajudasse Nosso Senhor
Eu não pensaria mais no amor

MAMÃE EU QUERO
(Jararaca-Vicente Paiva, 1936)

Mamãe eu quero, mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar
Dá a chupeta, dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebe não chorar

Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira e vem entrá pro meu cordão
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana

Olho as pequenas mas daquele jeito
Tenho muita pena não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é um boçal



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