Educar é Semear

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sábado, 7 de janeiro de 2012

Senhor Gestor...


Senhor Gestor...
Respeito é bom, e todos gostam!

A palavra gestão é muito usada hoje tanto em organizações empresariais como
em escolas, sejam elas particulares ou públicas, e seu conceito veio para ficar.
É indispensável a um bom gestor conhecer tudo sobre liderança.

Ser um líder bem-sucedido, em qualquer instituição, é um grande desafio. Por
outro lado, essa busca por líderes verdadeiros para gerenciar processos — sejam
eles administrativos ou pedagógicos — não é fácil. Encontrar pessoas capazes
de usar, com sabedoria, a posição e o poder que um gestor tem em suas mãos
é uma tarefa complicada.

É preciso ter visão, pois essa é a questão mais fundamental
de valores, aspirações e metas de cada um de nós enquanto
gestores de uma escola. O ato de gerir pode e deve ser
aprendido. Ele não acarreta privilégios, e sim responsabilidades.


Vemos que alguns gestores apresentam pontos em comum:
muitos possuem ego elevado, capacidade de pensar estrategicamente
e orientação inclinada para o futuro.


Porém, o gestor tem de ser uma pessoa humilde e generosa
até certo ponto, deve criar uma estratégia de liderança,
comunicar-se de forma persuasiva, comportar-se de modo
íntegro, respeitar os outros e agir com muita delicadeza ao
conduzir seus liderados para as metas e os objetivos a que
se propõem alcançar. Para isso, tem de haver prioridades.
Não pode mais se prender a pequenos detalhes que não sejam
importantes para o contexto geral.

A liderança tem como responsabilidade criar uma estratégia
para que o processo ensino-aprendizagem aconteça — e com
sucesso —, a fim de que a escola como um todo seja bem-
-sucedida e propicie metas (crescer, prosperar, vencer, etc.).




Histórias do cotidiano escolar




Gostaria de comentar uma história bem interessante e que
prova que a realidade de algumas escolas está longe do ideal.



No fim de ano, professores que atuam em uma ou mais escolas
estão realmente sufocados de tanto trabalho. Nossa
história aconteceu em uma quente manhã de segunda-feira.
O professor, personagem principal, havia acordado cedo,
como de costume, saiu de casa às 6:30 e, logo depois, já
estava participando da segunda reunião de seu dia com seus
parceiros de jornada, a equipe diretiva e pedagógica de uma
das instituições em que trabalha. Em meio à reunião, pede-
se a ele que atenda a uma ligação, pois alguém do outro
lado da linha afirma ser de suma importância comunicar-se
com ele. Levanta-se e vai até o telefone.



Suas pernas tremem, e, com a mente cheia de preocupação
com violência, assaltos, acidentes (tendo como centro sua
família), já pensando em..., diz um fraco “alô”. Logo reconhece
a voz de sua gestora — da outra escola em que trabalha
— na linha, que começa a falar rispidamente, alto e bom
som, o quanto relapso e relaxado ele era porque não tinha
colocado as notas em edital e ainda havia tirado a capinha
de plástico que cobria o livro de chamada. Isso era inadmissível
sob sua coordenação, e ela iria pensar muito se ficaria
com ele para o próximo ano.



A essa altura, o grupo presente na reunião tinha dificuldades
de reter os risinhos, pois a gestora do outro lado da linha
falava tão alto que todos a ouviam como se ela estivesse
na sala.



O professor procurava explicar que havia dado as notas em
sala. A gestora quis colocar seu pensamento pedagógico de
que a exposição de notas em público, muitas vezes, é polêmi
ca, podendo deixar em posição vexatória os alunos que não
conseguiram bons resultados. Além disso, esse procedimento
poderia até gerar más interpretações do processo, tornando-
se um provável motivo para críticas à própria instituição.



O professor, indignado ao telefone, disse que, como ela estava
coordenadora, tinha o direito de pedir a capinha de
plástico do livro de chamada (que ainda estava com ele) e
informou que esta estava no seu armário e que a havia tirado
para manusear o livro com mais facilidade e evitar a
irritação que a capa causava em sua pele. Portanto, no ato
da entrega, o livro de chamada estaria como ela desejava:
com a capinha de plástico.



Entretanto, a gestora, que estava coordenadora naquele
momento (ninguém nasce com uma função, o profissional
está na função), nada queria ouvir, apenas dizia que teve de
ligar e falar tudo aquilo porque só assim se sentia melhor.
Ao que o professor, humilde e generosamente, respondeu:
“Ora, se isso lhe faz bem, faça-o”.



A partir dessa história real, analisamos quatro pontos muito
importantes na gestão:



1. Devemos respeitar o tempo e o espaço que nossos colaboradores
dedicam a outras atividades. Só temos permissão de
invadir esses espaços com temas de real importância.

2. Até que ponto podemos expor publicamente as provas e
notas de nossos educandos? Será essa atitude correta?

3. Disciplina e organização são importantes para o gestor,
mas e a boa e velha educação, onde fica?

4. O respeito à vida particular dos colaboradores, ao seu
nome como profissional e à construção de sua atuação profissional
(tendo como prioridade o respeito ao próximo e à
individualidade), como fica?


http://www.construirnoticias.com.br/../figuras/51/pag56.jpg



Esse é um caso que me faz pensar: que tipo de gestores as
organizações educacionais estão recrutando? Será que esse
pessoal leu o livro O Monge e o Executivo, de James Hunter?
A gestora da história relatada com certeza não.



Qualidade total na gestão



Você já participou de alguma equipe que procurava sempre
melhorar a qualidade do seu desempenho no trabalho? É
bem possível que você tenha respondido “sim” e que lhe
tenha sido uma experiência muito útil.



Geralmente, uma equipe liderada por um bom gestor promove
a melhoria da qualidade do serviço, mas nem sempre
são levadas em conta as qualidades morais do indivíduo.
Caso tenha interesse, seguem algumas dicas que favorecem
a qualidade total de seu desempenho:



• Pensar positivo é qualidade
Ao acordar, não permita que algo que saiu errado ontem
seja o primeiro obstáculo para tornar seu trabalho cada vez
mais eficaz.


• Ser educado é qualidade
Ao entrar no prédio de sua escola, cumprimente cada um
que lhe dirigir o olhar, mesmo que não seja seu amigo ou
colega.


• Ser organizado é qualidade
Seja metódico ao organizar seu armário, fazer uso do material
e disponibilizar os recursos ao redor. Comece relembrando
os objetivos e as metas de ontem e os compromissos
de hoje.


• Ser cauteloso é qualidade
Não se deixe envolver pela primeira informação de erro recebida
de quem talvez não saiba de todos os detalhes. Junte
mais dados que lhe permitam obter um parecer correto sobre
o assunto.


• Respeitar as coisas alheias é qualidade
Use os equipamentos e os materiais da escola com moderação
e sem desperdícios.


• Ser atencioso é qualidade
Quando alguém procurar você, tente adiar sua própria tarefa,
pois quem veio à sua procura deve estar precisando
bastante de sua ajuda e confia em você. Esse alguém ficará
feliz pelo auxílio que você lhe der.


• Respeitar a saúde é qualidade
Não deixe de se alimentar na hora do almoço, ainda que
seja um pequeno lanche; respeite suas necessidades físicas. Aquela tarefa urgente pode aguardar alguns minutos.
Se você adoecer, dezenas de tarefas terão de esperar a sua
volta, menos aquelas que acabarão por sobrecarregar seu
colega.


• Cumprir o combinado é qualidade
Dentro do possível, procure organizar sua agenda para os
próximos dez dias. Não fique trocando datas a todo momento,
principalmente pouco tempo antes de um evento.
Lembre-se de que você afetará o horário de vários colegas.


• Ter paciência é qualidade
Ao comparecer aos eventos, leve tudo o que for preciso para
a ocasião, principalmente suas ideias, e divulgue-as sem
receio. O máximo que pode ocorrer é não serem aceitas.
Talvez, mais tarde, você tenha uma chance de mostrar que
estava com a razão. Saiba esperar.


• Falar a verdade é qualidade
Não prometa o que está além das suas possibilidades só
para impressionar quem o ouve. Se você não cumprir, vai
comprometer a reputação que levou anos para construir.


• Amar a família e os amigos é a maior das qualidades
Ao encerrar o expediente, esqueça o trabalho. Pense como
vai ser bom chegar em casa e rever a família ou os amigos
que lhe dão segurança para desenvolver suas tarefas com
equilíbrio.


A qualidade não se resume unicamente em produzir muito e
fazer benfeito. Humanizar o ambiente de trabalho também
é um fator importante. Respeitar as diferenças, colaborar
de boa vontade e comprometer-se com a harmonia geral é
ter qualidade.



Para alcançarmos a qualidade total, é preciso considerar,
além da nossa qualificação profissional, o nosso aperfeiçoamento
moral. Pensemos nisso!



Fonte: Revista Gestão Educacional. Janeiro de 2006.

Curitiba: Humana Editorial.


Gilda Lück é assessora pedagógica do Grupo Dom Bosco, mestre
em Educação pelo Lesley College (EUA) e doutora em Engenharia
da Produção.

E-mail: egopedagogia@ig.com.br




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