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sábado, 4 de maio de 2013

Leitura de textos de gêneros diferentes


Leitura de textos de gêneros diferentes

As questões exigem a compreensão de textos variados - quadrinhos, fábulas, notícias, verbetes etc. - e a familiaridade com a leitura deles. A definição de qualquer um dos tipos nunca é pedida

Anderson Moço 

A Prova Brasil de Língua Portuguesa avalia somente a leitura, e o texto é sempre a menor unidade de sentido. À criança, nunca é proposta a leitura de palavras ou frases isoladas - e isso desde os níveis iniciais. O exame exige a familiaridade com diferentes gêneros - artigo de opinião, notícia, verbete, fábula, conto, quadrinhos etc. -, sempre apresentados antes de cada uma das 39 questões. Todas contêm quatro alternativas de resposta (apenas uma é correta) e se refere a um descritor (há 15 no total).
Uma ideia básica norteia toda a prova: as habilidades que um aluno mobiliza para dar sentido a uma leitura estão diretamente relacionadas ao material que ele lê. "A tarefa terá uma complexidade diferente, dependendo do gênero apresentado à garotada e da linguagem utilizada, além da familiaridade com o assunto tratado", explica Maria Teresa Tedesco, do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coautora do estudo do Inep.

A seguir, analisamos questões do mesmo tipo que as contidas na Prova Brasil para que você compreenda como ela checa as habilidades que todos deveriam possuir na 4ª série. Por causa do espaço, relacionamos vários exemplos a apenas uma notícia e um verbete.

Algumas perguntas pedem para "Identificar o tema de um texto" (descritor 6). Quando elas se referem a uma notícia, quem já está familiarizado com o gênero sabe que ela anuncia um evento a ser realizado no futuro próximo ou relata um fato já acontecido. Conhece também outra característica dele: o título sintetiza as informações, como em Festividades da Semana do Descobrimento Começam Amanhã (leia no primeiro quadro abaixo). Dessa forma, fica mais fácil responder corretamente.

A mesma tarefa, se referente a um verbete (confira no quadro o exemplo Há 500 Anos...), implicaria outro tipo de conhecimento. A garotada que é frequentemente apresentada a esse gênero sabe que, por vezes, é necessário relacionar segmentos para compreendê-lo. O título não indica que o conteúdo se refira às caravelas, o que se revela com a leitura dos tópicos seguintes. Nesse caso, a tarefa se mostra mais complexa.

Encontrar informações explícitas exige leitura atenta
Em outro tipo de pergunta da Prova Brasil, pede-se para a criança "Localizar uma informação explícita no texto" (descritor 1). A dificuldade também aí será variável. Se, com base no verbete Há 500 Anos..., fosse indagado quando as caravelas foram criadas, a informação seria encontrada no segundo tópico. Tomando novamente a notícia Festividades..., o desafio poderia ser indicar o local das comemorações. No começo, é relatada a programação de Porto Seguro e só no último parágrafo cita-se a festa de Cabrália. Para acertar, é preciso encontrar informações em pontos distintos. Portanto, mesmo que o descritor pareça abordar uma habilidade bastante simples, nem sempre é isso o que se vê.

Outro exemplo: quando a tarefa diz respeito à habilidade de "Inferir o sentido de uma palavra ou expressão" (descritor 3), uma indagação possível com base na notícia Festividades... seria referente à expressão "passar em branco". O que o autor deu a entender com ela? Com referência ao texto Há 500 Anos..., tarefa semelhante poderia abordar causaram "a maior sensação". Responder a ambas não é fácil. Para descobrir o sentido delas, a criança precisa ficar atenta ao contexto e às pistas linguísticas. "Somente ao ativar os conhecimentos que já tem sobre o gênero, ela vai encontrar o significado da expressão", ressalta a linguista Kátia Bräkling, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, em São Paulo, e coautora do estudo do Inep.

Nos casos aqui abordados - assim como em todo o exame -, nunca é pedido que se identifique a que gênero um texto pertence. Isso porque o mais importante é compreender qual a finalidade comunicativa de cada um deles. Uma das habilidades requeridas na prova é justamente esta: "Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros" (descritor 9). Nos dois exemplos que utilizamos, a resposta é a mesma: trazer informações. "Não há outra maneira de os estudantes reconhecerem isso senão tendo o maior contato possível com diferentes gêneros e suas características", diz Kátia.
Festividades da Semana do Descobrimento
Começam Amanhã - 18/04/06
Em Porto Seguro, prefeitura e iniciativa privada promovem uma grande variedade de eventos, com shows, apresentação teatral, missa campal, jogos, danças indígenas, queima de fogos e festival de cinema e vídeo.
O prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL), adianta que vai investir cada vez mais na celebração da Semana do Descobrimento, pela importância da data, não apenas para o município, mas para todo o Brasil. "Porto Seguro é a única cidade do país que possui certidão de nascimento, registrada através da histórica carta de Pero Vaz de Caminha. E não podemos deixar de comemorar a data do nascimento do Brasil em alto estilo, aqui, onde tudo começou", enfatiza.
Cabrália também promete não deixar a festa passar em branco, com os jogos indígenas pataxós, de 19 a 23 de abril; e no dia 26, missa com o padre Antônio Maria e a presença da cantora Fafá de Belém, que cantará a Ave Maria e o Hino Nacional.

Fonte: www.portoseguronoticias.com.br/turismo/mat09_turismo.html
Há 500 anos...
Veja abaixo por que elas eram o auge da tecnologia da época:
VELAS - As caravelas foram inventadas no século 16, quando não havia motores. Os barcos tinham de se mover aproveitando o vento. Para isso, contavam com as velas. Quando as pessoas tinham de ir contra o vento, navegavam em ziguezague.
CASCO - Os navios eram feitos todos de madeira. Por isso, eram muito frágeis. Mas foi assim que Pedro Álvares Cabral saiu de Portugal, atravessou o Atlântico e chegou ao Brasil. Hoje em dia, os cascos dos navios são de aço. Mas como a água não entrava entre as tábuas? Elas eram tapadas com cordas embebidas em alcatrão, que é uma mistura de substâncias como a própria madeira e o carvão.
PORÃO - Para a caravela manter-se em pé na água, levava bastante peso no porão. Esse peso era chamado de lastro e podia ser composto de pedras e balas de canhão.
QUILHA - A quilha permitia que o navio navegasse em linha reta.

Fonte: www.portoseguronoticias.com.br/turismo/mat09_turismo.html
Reportagem sugerida pelos leitores Denise Morais, Ataleia, MG, Diógenes Henrique Rodrigues da Silva, Itapipoca, CE, Kezya Bernardino, Acarau, CE, e Priscila Santana Suetu, Planaltina, DF

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