sexta-feira, 16 de setembro de 2016

D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

Leia o poema.
A CHUVA
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios.
A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as praças.
A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu as marés.
A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua cabeleira.
A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a favela.
A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede.
A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado.
A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas.
A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio.
A chuva caiu. A chuva derramou-se.
A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o para-brisa.
A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene.
A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina.
A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos.
A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama.
A chuva sem pena. A chuva apenas.
A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros.
A chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco.
A chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o brejo.
A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos.
A chuva sobre os varais. A chuva derrubando raios.
A chuva acabou a luz. A chuva molhou os cigarros.
A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado.
A chuva arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças.
A chuva secou ao sol.
ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1996.

QUESTÃO  (PROVA BRASIL)
Todas as frases do texto começam com "a chuva".
Esse recurso é utilizado para
(A) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.
(B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
(D) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.

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